A vitrine7 localizada em uma passagem entre grandes ruas no centro de São Paulo dá lugar a “Estufa”, ideia desenvolvida a partir do espaço expositivo transeunte.
Um lugar todo fechado de vidro, com luz fluorescente para melhor fazer a fotossíntese do conjunto de glossário e da planta suspensa.
O glossário é um conjunto de representações de estruturas botânicas inspirado no livro de Nanuza Luiza de Menezes, mestra mais antiga do Instituto de Biologia da USP.
O seu fundo de cores que vão do azul muito escuro, passando pelo claro do rosa, bege e escurecendo novamente faz menção de como as plantas percebem a luz solar no planeta: ao meio dia a luz fica estourada, clara, depois escurece com o entardecer.
Para se estabelecer um novo tipo de “bioma”, a nova espécie de planta é suspensa com a ajuda de um suporte muito conhecido entre nós nas floriculturas e lojas de plantas, aquele suporte em forma de A, para suspender os vasos mais diversos de plantas pendentes como a famosa Samambaia por exemplo…
O ato da instalação feito em conjunto com a artista e idealizadora do projeto Vitrine7*, Claudia Medeiros, é em si uma performance de “abertura” da exposição, onde ela sobe e desce, onde eu passo o martelo e pregos, onde analisamos juntas se está alinhado. E temos também os movimentos dos corpos de passagem.
A sequência da instalação é como uma frase e seu ponto final é o quadrinho emprestado da loja da dona Creusa que fica na frente da vitrine, nele vemos a representação floral que adorna muitas casas, trazendo para a vitrine de um lugar de passagem um item ao qual os transeuntes rapidamente podem se identificar e finalizar a “leitura” sequencial da frase exposta.
De vitrine em vitrine, no brilho reflexivo do vidro, as plantas vão sendo disseminadas através do olhar…
Camila Rocha